sexta-feira, 9 de maio de 2014


Questões de Teoria Econômica
Prof. José Amado

    1) As necessidades humanas constituem-se em um dos fundamentos da Economia Política. Quantas e quais são as características básicas das necessidades humanas?
    2) A Economia Política define o Bem Econômico como toda coisa útil e capaz de satisfazer uma necessidade humana. Pergunta-se: que características devem possuir um bem, para que ele seja um bem econômico?

    3) A Teoria Econômica está dividida em microeconomia e macroeconomia. Qual é o campo de estudo da microeconomia?

    4) Inúmeros são os fatores que influenciam a procura de um bem ou serviço. Para explicar essa influência a teoria econômica definiu uma função, que a chamou de Função Geral da Demanda, e que é assim apresentada:
    qi = f (pi, ps, pc, R)
    Analise e estabeleça a relação entre a quantidade procurada do bem “i” e as diferentes variáveis da função.
    5) Com base na relação determinada acima, insira o sinal correto dos coeficientes na função abaixo: 
    q = 40 5px 0,3py 0,4 pz 0,2R sabendo que o bem “y” é um bem substituto e que o bem “z” é um bem complementar e que o bem “x” é um bem inferior. Calcule a quantidade procurado do bem “x” da equação anterior sabendo que:
px = 2
py = 10
pz = 20
R = 100

    6) Determine o preço e a quantidade de equilíbrio considerando as equações de demanda e oferta abaixo:
    S = 20 + 2p D = 100 – 8p
7) Considerando a situação de equilíbrio determinada das equações acima, analise e demonstre graficamente se há excesso de oferta ou de demanda, quando o preço for $10

8) Considerando a equação de demanda abaixo:
Qd = 30 – 3p, calcular:

a) Elasticidade Preço da Procura no ponto onde p1 = 2 – por acréscimo.
b) Elasticidade Preço da Procura no ponto onde p2 = 3 – por acréscimo.
    9) A expressão latina “coeteris paribus” é usada na economia para explicar o quê?
    10) Quando se estuda a Teoria da Firma é fundamental que se distinga quando a análise está sendo desenvolvida no curto ou longo prazo. Pergunta-se: o que distingue a análise de custo e longo prazo?
    11) A análise de curto prazo está subordinada a lei dos rendimentos decrescentes ou das proporções variáveis. Explique essa lei. Se desejar pode demonstrá-la graficamente.
    12) O que diferencia a visão de custo do economista da visão de custo do contador? Na sua interpretação qual a mais precisa. Explique.
    13) Uma empresa possui uma receita média de R$ 5,00. Pergunta: qual o preço de venda do produto dessa empresa? Explique.
    14) Numa análise de longo prazo uma empresa pode estar em economia crescente, constate ou decrescente de escala. Nos painéis a baixos apresentamos, usando mapas de isoquantas, as três situações anteriormente citadas. Identifique ao lado dos painéis qual a situação da empresa.
    15) Uma agencia de turismo, no máximo de sua capacidade, vende 4.000 pacotes turísticos obtendo uma receita de venda de R$ 4.000.000,00. Para alcançar esse nível de venda a agencia incorre em custos totais médios de R$ 140,00 e custos fixo total de R$ 1.200.000,00. Determine a que nível percentual de produção a empresa alcança seu Ponto de Nivelação.
    16) Uma firma apresenta um CMg = $ 8 e um CTM = $ 6 . Pergunta-se: ela esta em custo crescentes ou decrescentes? Explique.
    17) Usando o Conceito de Custo Total Médio e de Custo Marginal explique as condições que a firma apresenta Custo Total Médio Mínimo.
    18) Explique porque a um alto nível de produção o Custo Total Médio tende a ser igual ao Custo Total Variável. Desejando pode usar a representação gráfica.
    19) Qual o valor do rendimento marginal de uma firma, quando se rendimento total é máximo. Demonstre graficamente.
    20) Quando se estuda a Teoria da Firma é fundamental que se distinga quando a análise está sendo desenvolvida no curto ou longo prazo. Pergunta-se: o que distingue a análise de custo e longo prazo?
    21) A análise de curto prazo está subordinada a lei dos rendimentos decrescentes ou das proporções variáveis. Explique essa lei. Se desejar pode demonstrá-la graficamente.
    22) O que diferencia a visão de custo do economista da visão de custo do contador? Na sua interpretação qual a mais precisa. Explique.
    23) Uma empresa possui uma receita média de R$ 5,00. Pergunta: qual o preço de venda do produto dessa empresa? Explique.
    24) Numa análise de longo prazo uma empresa pode estar em economia crescente, constate ou decrescente de escala. Nos painéis a baixos apresentamos, usando mapas de isoquantas, as três situações anteriormente citadas. Identifique ao lado dos painéis qual a situação da empresa.
    25) Uma agencia de turismo, no máximo de sua capacidade, vende 4.000 pacotes turísticos obtendo uma receita de venda de R$ 4.000.000,00. Para alcançar esse nível de venda a agencia incorre em custos totais médios de R$ 140,00 e custos fixo total de R$ 1.200.000,00. Determine a que nível percentual de produção a empresa alcança seu Ponto de Nivelação.
    26) Uma firma apresenta um CMg = $ 8 e um CTM = $ 6 . Pergunta-se: ela esta em custo crescentes ou decrescentes? Explique.
    27) Usando o Conceito de Custo Total Médio e de Custo Marginal explique as condições que a firma apresenta Custo Total Médio Mínimo.
    28) Explique porque a um alto nível de produção o Custo Total Médio tende a ser igual ao Custo Total Variável. Desejando pode usar a representação gráfica.
    29) Qual o valor do rendimento marginal de uma firma, quando se rendimento total é máximo. Demonstre graficamente.
    30) Independentemente da forma de organização econômica adotada por uma economia (centralizada do tipo planificada ou de mercado) as chamadas questões básicas da economia terão que ser respondidas. Quais são essas questões?
    31) O que diferencia uma economia centralizada do tipo planifica e uma economia de mercado?
    32) A economia está organizada em setores econômicos. Quais são esses setores? E em que setor situa-se a atividade turística?
    33) Os recursos produtivos de uma economia estão expressos em seus estoques de fatores de produção. Quais são esses fatores de produção?
    34) A teoria econômica objetivando explicar a escassez dos bens econômicos utiliza-se da chamada “Curva de Possibilidade de Produção – CPP”. Esta curva delimita as possibilidades de produção face à escassez de fatores de produção. No gráfico abaixo está demonstrado a produção efetiva de uma economia restrita à produção de “pacotes turísticos domésticos e pacotes turísticos internacionais”. Considerado que a área delimitada de produção efetiva está abaixo da curva limite evidencia que essa economia está operando abaixo de sua capacidade de produção ou com ociosidade. Pergunta: qual dos bens (pacotes domésticos ou internacionais) apresenta ociosidade e de quanto é essa ociosidade.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014



A verdadeira Natureza do Processo
José Amado
O capitalismo, como ordem econômica, incia-se com a industrialização, como a formação de capital fixo. Identifica-se a Inglaterra como o berço da industrialização e consequentemente do capitalismo. Não é difícil perceber, numa perspectiva histórica, que a industrialização, não só apresentava, em seus primórdios, uma mudança nas relações sociais prevalecentes e herdada da sociedade feudal, como impõe, até para sua própria sobrevivência, mudanças profundas na realidade social, promovendo uma verdadeira e drástica ruptura como o passado.

A sociedade pré-industrial caracterizava-se pela baixa formação de capital fixo, baixa produtividade e diversidade de bens, baixa concentração de capital e de mão-de-obra e baixa circulação de bens, isso, quando limitamos, apenas, a uma observação a ordem econômica. Mas, quando se amplia essa visão, irá se constatar grandes e profundas mudanças na ordem social e urbana, no estilo e qualidade de vida. Foram mudanças que devem ser consideradas como causa e efeito da nova ordem econômica, exigindo um novo pacto e consolidando uma nova forma de convivência social, onde se destaca e se deixa perfeitamente identificada a existência de duas classes sociais: a do capitalista - proprietário dos bens de produção e do trabalhador - aquele que vende sua força de trabalho.

Alguns autores entendem que essa nova ordem social permitiu, quando comparada as anteriores, uma maior mobilidade social. Essa é uma realidade que só se vai observar um pouco mais á frente no capitalismo moderno pois, no princípio do capitalismo o que se observa é uma exploração desumana da força de trabalho que, por sua crueldade, ensejou o surgimento do socialismo e, o avanço que hoje se observa, em termo de uma ordem mais humana na relação capital/trabalho deveu-se, por inspiração socialista, à luta da classe trabalhadora e, impõe que se destaque o papel assumido pelo Estado moderno no entendimento de que é sua responsabilidade pela ordem social e a compreensão da necessidade de regulação das forças econômicas, que se move, exclusivamente, pelo lucro, pois é ele que realimenta o sistema, promovendo o crescimento, mas concentrando riqueza que, como um efeito colateral e quando orientado pela força do Estado, pode beneficiar a sociedade, proporcionando o bem-estar social.

O desenvolvimento econômico, entendido este como crescimento com bem-estar social, decorre também da compreensão da classe trabalhadora de sua importância vital a sobrevivência da ordem econômica, portanto do capitalismo, não apenas como uma força produtiva, mas também como consumidor, sem o qual não existe o mercado, centro, origem e razão da existência do capitalismo e, se não da compreensão, ao menos do convencimento, pelo próprio instinto de sobrevivência do capitalista, de que não basta apenas garantir a reprodução da força de trabalho, para se obter uma taxa crescente de lucratividade, não teria a classe trabalhadora melhoria de suas condições de vida e não teria o capitalismo constituído-se no sistema de organização econômica que se impôs como modelo de eficiência malgrado suas crises cíclicas.

A mobilidade social que se observa hoje, não é, como destacam alguns autores, uma benesse do capitalista, mas um expurgo orgânico do sistema que, se não o tem como princípio, aceita-o como condição necessária e essencial para sua perpetuação. Observa-se que o primeiro a entender a necessidade dessa folga no eixo que gira o capitalismo foi o Estado; primeiramente, mas com muito retardo, regulamentando o trabalho, criando uma rede de proteção ao trabalhador e num segundo momento, também com um certo atraso, democratizando o ensino e aprendizado e investindo e induzindo, com benesse fiscal, o investimento em ciência e tecnologia.

Observa-se que todas essas ações têm por objetivo a manutenção e o crescimento do sistema capitalista de produção e que os benefícios à classe trabalhadora, quando ocorrem, ocorrem marginalmente, como um subproduto do crescimento econômico. Afirmar que o capitalismo democratizou o acesso à riqueza é de uma boa vontade que chega a surpreender o mais radical propagandista do sistema e de que foi superado o determinismo- nasce pobre morre pobre - absolutamente não, essa continua sendo a regra, os casos diferentes são exceções à regra. A probabilidade de alguém de origem pobre alcançar fortuna, riqueza é, ainda, muito baixa. Não é da essência do capitalismo a distribuição da riqueza, mas a concentração e, consequentemente, desigualdade social é um destino no capitalismo. Sempre haverá desigualdade social, evidentemente, num nível mais elevado em termos de qualidade de vida, em função do próprio progresso, que não é algo exclusivo da sociedade capitalista mas da sociedade de modo geral. Numa visão historicista pode se afirmar que o progresso não só antecedeu à revolução industrial, como contribuiu para que ela ocorresse na Europa que, enriquecida com a exploração das terras americanas, com razoável nível de comércio alcançado entre suas cidades e com a tradição romana do direito a propriedade, oferecia um ambiente propício ao surgimento e à manutenção do que veio a se chamar de revolução industrial.

O que se destaca, o que se observa é que essa melhoria na qualidade da vida trazida pelo progresso que, como dizia Spencer faz parte da natureza humana e engloba, abrange a sociedade de modo geral, não distinguindo classe social, beneficiando tanto o capitalista como o trabalhador. Mas isso não pode e nem deve ser entendido como um fenômeno do modelo capitalista de produção. Não obstante entender-se que a industrialização amplia, estende esse progresso, ele é latente na sociedade, não deixando de ser também, essencial para o seu fortalecimento e expansão do capitalismo. Sem melhoria na qualidade de vida, não há ampliação de mercado e, sem essa ampliação de mercado, cumpriria-se o vaticínio de Marx de que o capitalismo traz em si o próprio verme de sua destruição. Quando e onde isso não ocorre, o sistema, o modelo entra em crise, entra em depressão.

O progresso, portanto, é essencial e inerente à sustentação e à evolução do modelo capitalista de produção. Mas o progresso é hoje, também, visto pelo ecologistas como o responsável pelos grandes desastres naturais que tem sofrido a humanidade. Há alguns que chegam a defender, como os que fazem o Clube de Roma, o “crescimento zero” e que vêem no progresso impulsionado pelo crescimento industrial, como um grande mau para humanidade. A verdade é que não há produção sem que não haja algum dano ao meio-ambiente. Sendo evidente, também, que se pode produzir com responsabilidade, reduzindo ao máximo o dano ambiental. Entretanto, é ingênuo esperar que essa responsabilidade ecológica floresça, naturalmente, na consciência do capitalista. Isso não acontecerá tão facilmente, porque, a preservação ambiental representa para indústria, para empresa, elevação de custo de produção e, em se desejando manter a taxa de lucratividade, eleva-se os preços e, em elevando os preços, perde-se competitividade. Isso vale tanto para empresa, com para o pais. Logo, a responsabilidade ecológica é uma postura a ser compartilhada em igual grau e na mesma intensidade por todos os países do mundo capitalista pois, no mundo dos negócios, a competitividade é a essência e, nenhuma empresa ou pais quer perder a condição de competir.

Pelo que se destaca, o Estado, mais uma vez, como já ocorreu na relação capital/trabalho, impõe que se instrumentalize para, desta vez, mediar a relação capital/natureza, uma mediação muito mais complexa por envolver agentes soberanos e interesses mundiais. De que instrumentos necessitará o Estado para, num primeiro momento, equacionar os problemas em suas próprias fronteiras e “exigir” dos demais países medidas de ações efetivas ou compensatórias, porque, no final, passa a ser uma relação de competitividade comercial?
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- José Rodrigues Amado – Economista, ex-presidente do Conselho Regional de Economia e Prof: Universitário.